segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Repúdio aos cortes de verba do estado e das bolsas como primeira medida da reitoria da UEM.

Por Lorene Camargo.
(Estudante de Psicologia e membro DCE-Movimente-se)


Corte, fissura, boicote. Furar, suspender, vetar, submeter. Palavras (verbos ou não) que, mal começado o ano, já enunciamos pelas ruas, esquinas e através das portas na quente Maringá. Nós, que tanto queremos uma profissão, um lugar que nos seja de direito, uma vaga digna em uma universidade com os devidos respeito e consideração, percebemo-nos com entraves, impasses, impedimentos e, clara aos olhos de quem quiser enxergar, atos (vândalos) de repressão.
Nos querem pelas ruas, com suor escorrendo de rostos já cansados, sem ter por quê lutar, ou mesmo força para. Tentam isto com um estalar de dedos, lançando decretos que simplesmente nos deixam de mãos atadas. Tomara não consigam atar-nos em pensamento e em pés para batermos forte neste chão de terra vermelha, a cada dia mais difícil de ser um lar.
Governo estadual corta doze milhões de reais de um orçamento, partido da universidade, de pressupostos [e requisitados] vinte. Oito milhões? Sim, essa é a conta das migalhas que restam. Se é para chutar um nome, que seja no mais provável: Universidade Estadual de Maringá é o nome dela. Como se já não bastassem as dificuldades existentes e que pelas devidas melhorias lutamos desde 2011, mais essa nos assola os corações que teimavam [e creio, ainda teimam] com uns pingos de esperança no diálogo, na responsabilidade e, principalmente na ética dos órgãos administrativos da nossa universidade.
Bolsistas que contam com esse alívio no orçamento pessoal para pagar suas contas, agora têm de sofrer por um acerto de contas mal feito. Se há má administração de gastos por parte do governo estadual, deveria ser problema dele. Pois é, deveria.
Se há um péssimo gerenciamento dos próprios atos enquanto universidade, quem ocupa as devidas cadeiras responsáveis por ela é quem deveria estar à frente de todo e qualquer ato contrário a um corte como esse, que prejudica diretamente toda uma instituição. Pois então. Mas, pelo andar das coisas, é cada reitor por seu próprio umbigo e nós, estudantes, por todos.
Entenda-se “todos” funcionários, professores e enfim, estudantes. Não que estes rótulos não “confundam-se” entre si, mas didaticamente é isso. Não há mais bolsa de estudo com o patrocínio direto da UEM. Como os possíveis orientadores passarão a se virar sem os orientandos remunerados que tanto engordam seus currículos e os faz “andar pra frente” em termos de pesquisa, com suas trocas de inquietações e questionamentos? Como ficará nosso restaurante universitário, sem bolsistas-trabalho e JÁ com déficit de funcionários? Tem como piorar? De acordo com os excelentíssimos que têm dado tamanho vexame, sim. Já começou pior. Não há como negar a possibilidade de que vá mais ao fundo ainda.
A regrinha básica “bola de neve” nunca funcionará tão bem quanto com esse corte de verba. Começa com a “base”, os estudantes e funcionários que dependem destas bolsas para, sim, sem drama, SOBREVIVEREM. Que mais eles farão? E a nós restará esperar, sentados, que a grande massa de “neve” já inchada de tanta podridão nos afogue, mate, cale? Espero [esperamos] que não. Lembrem-se: ocupamos uma reitoria com pés, mãos e corações corajosos. Não será possível que nos vençam após aqueles oito dias [simbolicamente] de força e enfrentamento.
Se conseguimos e vencemos um chão gelado à noite, horas sem dormir, dedos de desprezo e condenação em nossas caras, justamente na “toca do lobo” [vulga reitoria], não será do dia para a noite que desistiremos, certo?
Certo.

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