domingo, 2 de outubro de 2011

Nota sobre o Ato executivo 008/11

A reitoria expediu o Ato executivo 008/11 argumentando que os eventos culturais promovidos pelos estudantes são baderna que é preciso ser extinta na Universidade. Ponto final; não houve espaço para mais conversa. Contudo, quem esteve presente nestes eventos sabe que isto não corresponde à realidade. O DCE e os CA’s vem movimentado o cenário cultural dentro da UEM e na comunidade externa de uma forma inédita. O Alvorada Folclórica, há pouco tempo, levou ao Jardim Alvorada um domingo de oficinas gratuitas, apresentações folclóricas de Bumba-meu-Boi, Maracatu, viola caipira, teatro de bonecos, etc. A consolidação do Grupo de Maracatu Ingazeiro neste ano e as oficinas abertas de maracatu e as demais que aconteceram na calourada e continuam acontecendo, as Feiras Livres com apresentações de grupos de capoeira, maculelê, etc., os saraus de quinta e agora os saraus de domingo, que se tornaram um espaço de convívio também para pais e mães com crianças, e no qual já se apresentaram vários grupos musicais de estudantes ou da comunidade externa, como o Grupo de choro Enxó de Bainha, etc.; o projeto da rádio que está em gestação, a recente parceria com a Diamante Filmes...

O que o Ato impõe é que tudo seja silenciado, se não quiser ser criminalizado. O suposto assessor estudantil, que enquanto tal é um ótimo assessor da reitoria, apóia o Ato em nome das paredes em que as pessoas poderão urinar durante os eventos. A verdade é que este ato é um reflexo da gestão preguiçosa que não está interessada em pensar uma política cultural séria para a Universidade, é assim que a Concha Acústica permanece no papel há anos e que não há espaço nenhum na UEM para convívio e integração dos estudantes. Se a reitoria ignora até um pedido de abertura de banheiro, muito menos está interessada em ouvir e construir junto conosco a vida cultural da Universidade.

Enquanto isso, a UEM continua sendo uma das Universidades mais carentes de cultura que vemos por aí. Este AE-8 trata-se de um ato autoritário da reitoria, que se dirige também aos professores e funcionários, mantendo sua forma intransigente de administrar como faz em outras questões como quanto à paridade, etc. A união da comunidade acadêmica pode se tornar real e ser decisiva para que consigamos exigir o fim do sucateamento da educação pública, o cumprimento dos prazos firmados com a reitoria e com a SETI, condições melhores de trabalho para todos e a extirpação desta mentalidade autoritária na condução da Universidade. Não é isso o que queremos para a UEM! Educação e cultura são direitos, a nossa luta é legítima e diz respeito à toda a sociedade. Por isso, convidamos a todos os estudantes, professores, técnicos e comunidade externa para estarmos juntos neste importante ato na QUARTA-FEIRA, 13h30, saindo do DCE.

Pelo fim da criminalização do movimento Manuel Gutiérrez! Pelo cumprimento das reivindicações nos prazos definidos junto à SETI e à reitoria!

“A torneira seca.

Mas, pior: a falta de sede.

A luz apagada.

Mas, pior: o gosto do escuro”

JoséPauloPaes

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